1 de nov. de 2010

Breves impressões sobre o ano de votação

Com o fim das eleições veio aquele sentimento de vergonhinha do Brasil como um todo.

A primeira coisa me enrubesceu-me foi o tom das campanhas políticas do segundo turno, ataque pessoal e apelo religioso por parte de ambos os candidatos.

Não posso dizer que assisti propagandas políticas, mas o pouco que absorvi por osmose mostrou-se mais uma guerra pessoal do tipo “vou contar que você tirou meleca do nariz” que qualquer outra coisa, ao invés dos presidenciáveis e os governáveis mostrarem propostas, ocuparam-se se mostrar o podre alheio, quando o que deveria ser o foco das campanhas eram os projetos futuros.

Ainda quanto ao tom das campanhas, surgiu o boato que certa presidenciável seria a favor do aborto, nem adentrando a esfera que este seria correto ou não (só para constar, na minha humilde opinião o aborto deveria ser legalizado), na mesma hora o outro presidenciável lançou mão de pastor em sua campanha para defender os bons princípios cristãos. E, não sei como um senhorzinho do Vaticano veio meter o bedelho nas eleições cá em terras brasileiras alertando aos bons católicos não votarem no nefasto candidato.

Fato é que religião e política em um Estado Democrático, que para ser democrático pressupõe este ser laico, não podem ser comunicar, em nenhuma hipótese. Deveria, então, ser vedado aos lideres religiosos manifestar seu apoio a quem quer que seja.

Por fim, outra coisa que me deixa profundamente constrangida é quando havia uma tentativa de dialogo acerca do tema, alguns me diziam “não vou votar nessa presidenciável por que ela é BREGA”, “ela é um CANHÃO” ou pior, “não votarei nela porque ela é um SAPATÃO”. Agora me diga, desde quando esses predicados retro citados são atestados de competência para governar?

Apenas para terminar, alerto que não sou partidária e acho que defender ideologias é uma coisa ultrapassada e perigosa. Defino-me como simplesmente pragmática política.

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